Sejam bem vindos

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O conteúdo desde blog, serve para a divulgação de toda a doutrina dos espíritos em geral, assim como dar a conhecer a vida de alguns seres iluminados que passaram pelo nosso planeta em outras épocas, gostaríamos também de, pouco a pouco, tentar sensibilizar os mais desacreditados para a vida alem da morte, e acima de tudo, fazer com que os nossos leitores perguntem a si mesmos: O que DEUS quer de nós?

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

D. Filipa de Lencastre, Rainha de Portugal.

A Rainha que mudou Portugal

D. Filipa de Lencastre nasceu em Leicester, Inglaterra no ano de 1359 ou 1360, era a filha mais velha dos duques de Lencastre, João de Gaunt e Blanche de Lencastre, neta do rei Eduardo III e irmã de Henrique IV também este rei de Inglaterra.

D. Filipa terá herdado da mãe, que se dizia ser a mais bela mulher de Inglaterra, os cabelos loiros e os olhos cor do mar, mas as feições eram de seu pai, nariz comprido e afiado, as maçãs do rosto salientes, os olhos pequenos, um pouco perdidos em arcadas fundas, e a boca marcada, no caso do pai muito marcada e sensual.

A sua infância foi passada numa propriedade rural da família junto com os seus irmãos mais novos, sempre rodeados de criados, aias e damas, e seria a filha predilecta de seu pai.

Em Portugal por volta do ano 1383 depois da morte do rei D. Fernando I, Portugal parecia perder a independência, pois a sua única herdeira era casada com o rei D. João de Castela, no entanto as cortes portuguesas reunidas em Coimbra elevam D. João, mestre de Avis, que era filho ilegítimo do rei D. Pedro I, a rei de Portugal, esta decisão declarava guerra a Castela visto que declarava nulo o estatuto de D. Beatriz, filha do rei D. Fernando I, como herdeira ao trono junto com seu marido D. João de Castela.

Pouco depois João de Castela invade Portugal com o objectivo de saquear Lisboa e ver-se livre do mestre de Avis, no entanto D. João I de Portugal, juntamente com D. Nuno Alvares Pereira, o Condestável, e com a ajuda do exército inglês vencem as batalhas dos Atoleiros e a de Aljubarrota, expulsando definitivamente os espanhóis.

O sucesso militar de Portugal e Inglaterra abriu caminho ao tratado de Windsor ratificado a 9 de Maio de 1386, por D. João I de Portugal e João de Gaunt, pai de D. Filipa de Lencastre, que na época era regente de Inglaterra devido à menoridade do seu sobrinho e recém coroado Ricardo II, e para cimentar a amizade entre as duas nações, acordou-se que D. João casaria com D. Filipa de Lencastre.

Foi então que D. Filipa se tornou rainha consorte de D. João I, com cerca de 28 anos de idade. O matrimónio celebrou-se na cidade do Porto a 2 de Fevereiro de 1387, no entanto esse casamento foi considerado ilegítimo até 1391, altura em que uma bula papal autorizou finalmente o casamento do mestre de Avis, que era eclesiástico.

A nova rainha encontrou uma corte pobre e muito inculta que logo tratou de instruir nos melhores costumes cortesãos da época e abrir à cultura dos grandes centros de Europa de então.

D. Filipa recebeu desde muito cedo as rendas das alfândegas de Lisboa, bem como as vilas de Alenquer, Sintra, Óbidos, Alvaiázere, Torres Novas e Torres Vedras.
 
Deste casamento nasceram oito filhos, que mais tarde Luís de Camões chamou de Ínclita Geração, foram eles:


Branca de Portugal que morreu jovem;


Afonso de Portugal que também morreu jovem;


Duarte de Portugal, o futuro rei D. Duarte I;


Pedro Duque de Coimbra, foi um dos príncipes mais esclarecidos do seu tempo, foi regente durante a menoridade de seu sobrinho, D. Afonso V, e morreu na batalha de Alfarrobeira;


Henrique Duque de Viseu, mais conhecido como Henrique de Sagres ou Infante D. Henrique, investiu a sua fortuna em investigação relacionada com navegação, náutica e cartografia, foi um dos principais responsáveis pelos descobrimentos portugueses;


Isabel, casou com Filipe III Duque de Borgonha e entreteve uma corte refinada e erudita nas suas terras;


João, Infante de Portugal, Condestável de Portugal;


E por ultimo, o casula, Fernando, o Infante santo, que depois de uma expedição a Tanger foi feito prisioneiro e acabou por morrer no cativeiro em Fez.

Estes príncipes portugueses formam uma das mais brilhantes gerações que este país já teve, fruto da requintada educação passada por sua mãe, D. Filipa de Lencastre.

Dizia-se que D. Filipa era muito religiosa e por vezes até fanática.

Terá desempenhado um enorme papel no estreitar de relações entre Portugal e Inglaterra mantendo sempre ligações com o seu país natal, vivendo rodeada na corte de súbditos ingleses.

Parece ter exercido também alguma influência, e apoiado D. João I seu marido à conquista de Ceuta.

Foi ela que fundou o cosmopolitismo, (pensamento filosófico que despreza as fronteiras geográficas impostas pela sociedade), cultura que caracterizou os descobrimentos e a primeira metade da dinastia de Avis.

D. Filipa de Lencastre morreu a 19 de Julho de 1415 vitima de peste negra tal como sua mãe, dias antes da primeira expedição a Ceuta, não se sabe se em Odivelas ou em Sacavém.

Está sepultada no mesmo túmulo de seu marido e junto aos dos seus filhos na capela do fundador no Mosteiro de Santa Maria da Vitoria na Batalha.

Para a história ficou a memória de uma rainha amada e afável, sem duvida uma grande portuguesa vinda de fora.

Mais tarde por volta do inicio do século XX, Fernando Pessoa, um poeta e escritor português, em sua memória e em forma de agradecimento, aquela que para muitos foi a rainha que mudou Portugal, escreveu o seguinte poema:


Que enigma havia em teu seio
Que só génios concebia?
Que arcanjo teus sonhos veio
Velar, maternos, um dia?
Volve a nós teu rosto serio,
Princesa do Santo Graal,
Humano ventre do império,
Madrinha de Portugal!


Autor: Ricardo Oliveira Guedes

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